o unguento e, às vezes,
a colônia de morte,
sangram através do pensamento, lâmina
que toca a jugular
se animal em pelo, se apenas
recipiente,
quem saberá? enquanto se esgueiram
refazem os modos de si
alguém que os interpreta
há muito não goza de confiança
por isso, os gritos
com que intenta mover as pedras
quem contesta o descendente
e as razões
que o fazem irmão da gazela
inimigo da febre?
não seremos nós, os que portam
a camisa sem idiomas,
nem as mulheres
a quem reservam o teto da casa
e nenhuma epígrafe
a contestação faz-se por si mesma
a jugular não se entrega ao braço
que desfere o golpe
e se esgota nesse gesto
não, o sacrifício não está no mel
que incendeia, de tempos em tempos,
a viagem dos parentes
as ondas que mudam por si mesmas
disseram adeus às certezas,
nós ainda não
(pelo menos aqueles que se julgam
primo dos primeiros)
como nos enfrentaremos sob a ordem
que tropeça?
mil sendas se abrem e a seiva do pai,
como o recém-nascido,
se perdeu num corpo maior
ninguém está lá, a não ser
quem te conhece e estranha, não
o charme de irmão,
não espere entendimento se ele fizer
um círculo na areia
não há cortes que expliquem
a paisagem anterior, nem a sombra, amanhã,
nos caules
o que se espraia da jugular
é um labirinto que conduz a outro e se algum
vestígio resta
é para dizer seu afastamento da origem
as leituras faliram
se o descendente insiste,
rasga os seres para os quais não temos
saúde
nesse deserto de alegrias, a herança
é o animal que saqueia o verbo
antes do sacrifício
(Edimilson de Almeida Pereira)
a colônia de morte,
sangram através do pensamento, lâmina
que toca a jugular
se animal em pelo, se apenas
recipiente,
quem saberá? enquanto se esgueiram
refazem os modos de si
alguém que os interpreta
há muito não goza de confiança
por isso, os gritos
com que intenta mover as pedras
quem contesta o descendente
e as razões
que o fazem irmão da gazela
inimigo da febre?
não seremos nós, os que portam
a camisa sem idiomas,
nem as mulheres
a quem reservam o teto da casa
e nenhuma epígrafe
a contestação faz-se por si mesma
a jugular não se entrega ao braço
que desfere o golpe
e se esgota nesse gesto
não, o sacrifício não está no mel
que incendeia, de tempos em tempos,
a viagem dos parentes
as ondas que mudam por si mesmas
disseram adeus às certezas,
nós ainda não
(pelo menos aqueles que se julgam
primo dos primeiros)
como nos enfrentaremos sob a ordem
que tropeça?
mil sendas se abrem e a seiva do pai,
como o recém-nascido,
se perdeu num corpo maior
ninguém está lá, a não ser
quem te conhece e estranha, não
o charme de irmão,
não espere entendimento se ele fizer
um círculo na areia
não há cortes que expliquem
a paisagem anterior, nem a sombra, amanhã,
nos caules
o que se espraia da jugular
é um labirinto que conduz a outro e se algum
vestígio resta
é para dizer seu afastamento da origem
as leituras faliram
se o descendente insiste,
rasga os seres para os quais não temos
saúde
nesse deserto de alegrias, a herança
é o animal que saqueia o verbo
antes do sacrifício
(Edimilson de Almeida Pereira)
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