quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Colar

Colecionava amizades
pendura corrente de sorrisos estáticos
no pescoço
Ostentava tantos e tantos
sorrisos-dentaduras
Polia-os à noite com gotas de lágrimas
retidas
Um dia o colar mordeu-lhe a jugular
Jorrou-lhe rios de ausências

(Miriam Alves - Cadernos Negros, os melhores poemas)

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