quarta-feira, 15 de abril de 2015

Moenda

Encontrei, tatuado em meus receios, a memória de vários desencontros...
Sonhar, meche a adaga afiada racista que retalha a heróica coragem que encontro...
Cicatrizes são chagas abertas sob o disfarce do tempo,
é carne viva ardendo sob o sorriso sedento
esperando uma fagulha para acender covas que sepultam alegrias precoces...
A dor abriu as narinas da alma para reconhecer as fragrâncias da vida...
O vinho de lágrimas aprimorou o paladar na degustação do primordial,
agora quero o essencial: o anil do céu tingindo o dia cinza,
um sorriso de arco-íris estalando no céu da boca d’alma...
A tempestade pode ter doído, mas quem tem asas não teme o precipício...
O tronco não foi suficiente...

(Cláudio Andrade)

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