quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Porto-me estandarte

Minha bandeira minha pele

Não me cabe hastear-me em dias de parada
Após um século da hipócrita liberdade vigiada
Minha bandeira minha pele

Não vou enrolar-me, contudo
E num canto
Acobertar-me de versos

Minha bandeira minha pele

Fincado estou na terra que me pertenço
Fatal seria desertar-me
Alvuras não nos servem como abrigo

Miçangas de lágrimas
Enfeitam o país
Das procissões e carnavais

Minha bandeira minha pele

De resto
É gingar com os temporais.

(Cuti - Sanga, 2002, p. 46)

Nenhum comentário:

Postar um comentário