domingo, 22 de fevereiro de 2015

Negro forro

minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheiro no banco,
nem bigodes retorcidos.

minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite
de minha pele.

(Adão Ventura - Axé: antologia contemporânea da poesia negra brasileira, 1982)

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