Outrora, quando os animais falavam,
Conta Bocage que um leão, um dia,
Achou na selva um quadro — ó ironia!
Em que um leão mãos de homem dominavam.
Viu a afronta que ali representavam
E apenas disse à selva que o envolvia:
— “Fosse o leão pintor e ver-se-ia
Se era o homem ou os leões que triunfavam…
Tende sempre presente, os que zombais
Dos que não têm a cor que vós julgais,
Por ser a vossa, às outras, superior,
O que o leão da história, após o insulto,
Disse consigo, olhando o quadro estulto,
E imaginai se o leão fosse o pintor…
(Rui de Noronha - poeta moçambicano)
Conta Bocage que um leão, um dia,
Achou na selva um quadro — ó ironia!
Em que um leão mãos de homem dominavam.
Viu a afronta que ali representavam
E apenas disse à selva que o envolvia:
— “Fosse o leão pintor e ver-se-ia
Se era o homem ou os leões que triunfavam…
Tende sempre presente, os que zombais
Dos que não têm a cor que vós julgais,
Por ser a vossa, às outras, superior,
O que o leão da história, após o insulto,
Disse consigo, olhando o quadro estulto,
E imaginai se o leão fosse o pintor…
(Rui de Noronha - poeta moçambicano)
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