sábado, 21 de fevereiro de 2015

cada lado da janela

um corpo se esgueira
megafone
sirene
outros, vários, muitos

o poeta-colina com o olho antecipado
faz o verbo, o substantivo
a razão-instrumento
quer saber se é um gueto, um levante

quando a janela deixa
imagina-se que o sarau é preto
o corpo-síncope que estava no terreiro
recebe a luz na sala

quatro lugares em cada urbe
dez metrópoles esquadrinhadas

esgueirado corpo
sincopado corpo

uma carta de liberdade
em cada lado da janela
traz um poema entrelinhado

(Alex Ratts - Ogum's Toques Negros: Coletânea Poética, 2014, p. 30)

Nenhum comentário:

Postar um comentário